terça-feira, 14 de maio de 2013

Análise ao Chelsea por José Pedro Teixeira

Chelsea à lupa. Não, este não é o Chelsea mais fraco dos últimos anos.

Treinador: Terrivelmente recebido em Stamford Bridge, quando foi apresentado como técnico interino no final de novembro de 2012, Rafa Benítez viveu momentos muito delicados que se agudizaram com a derrota diante do Corinthians na final do Mundial de Clubes. Soube resistir às críticas, aos apelos permanentes à sua destituição e a várias humilhações. A dois jogos de encerrar a sua curta passagem pelos blues para ceder o lugar ao desejado Mourinho, poderá conquistar mais um troféu europeu para o seu vasto currículo e tem praticamente nas mãos o 3º lugar na Premier League, posição que valerá a entrada directa na fase de grupos da Liga dos Campeões.


Plano A: Rafa Benítez é fiel ao 4-2-3-1. Na baliza, sempre que fisicamente apto, Petr Cech. Os laterais de primeira linha são Ashley Cole e Azpilicueta. Bertrand é alternativa válida, mas improvável, a Ashley Cole na esquerda. Quanto aos centrais, maior variabilidade - várias possibilidades dispostas por ordem de probabilidade para a final da Liga Europa: Ivanovic / Cahill; Ivanovic / David Luiz; Terry / Ivanovic; Terry / Cahill; David Luiz / Terry. No meio-campo, Ramires é praticamente certo. A acompanhá-lo, David Luiz é o jogador que mais intensidade mostra ter nesta fase da época. A hipótese mais forte para substituir David Luiz no meio-campo, caso o internacional brasileiro jogue a central, é Lampard. O trio de apoio ao ponta-de-lança tem como primeiras escolhas Oscar, Mata e Hazard. As dúvidas quanto ao estado físico do último abrem espaço para a possibilidade de Moses jogar descaído pela esquerda. Na frente, pela impossibilidade de Demba Ba jogar nas competições europeias 2012/13 pelo Chelsea, Fernando Torres será, com toda a certeza, a opção de Benítez.

Plano B: Colocado em prática, de início, no jogo da primeira mão frente ao Basileia (fora) e, nos últimos 10-15 minutos dos 3 jogos analisados, Rafa Benítez poderá optar por inverter o triângulo do meio-campo, passando de um 2-1 para um 1-2 (um médio, mais recuado, entre as linhas do quarteto defensivo e de meio campo, como suporte a um duo mais livre, posicionado à sua frente), originando algo próximo a um 4-3-3. David Luiz é o jogador mais bem cotado para tomar a posição entre-linhas, não sendo de excluir a remota possibilidade de Obi Mikel surgir como surpresa - em plano A ou em plano B. Aké tem sido chamado a jogo pelo treinador com alguma frequência quando é necessário alternar para este sistema. O resto da formação (defesa e ataque) não aparenta ter dinâmicas alternativas trabalhadas. A equipa projectada para quarta-feira tem por base o plano A, dado o historial táctico recente e já que é provável que Benítez conte com um meio-campo de 2 elementos por parte do Benfica.

As Figuras: Petr Cech, no Chelsea desde 2004/05 e com quase 26.000 minutos jogados, é um dos pilares emocionais da equipa e referência em todo e qualquer contexto. Possante no controle aéreo da pequena área e muito forte no controlo espacial da baliza, tem apenas como handicap alguma falta de confiança na abordagem a lances de futebol aéreo que pressuponham contacto físico. David Luiz, tremendamente versátil, é o motor do meio-campo. Afirmou-se, na presente época, como uma opção mais do que válida como médio-centro. Em grande momento de forma físico e psicológico. Ramires, o pulmão. Jogador imprescindível no meio-campo blue, pode actuar igualmente como extremo direito. Muito forte nas acções de pressão e desarme sobre o adversário, como também na capacidade de progressão com bola. Juan Mata, um dos jogadores que melhor combina criatividade e consistência no Mundo. Inteligente e preciso no momento da decisão. Nível muito acima da média na definição de jogadas (passe, cruzamento e remate).

Revelações: Eden Hazard e Oscar. Apesar de já serem considerados estrelas da equipa no Lille e no Internacional de Porto Alegre, a subida de patamar competitivo a que foram expostos com a transferência para o Chelsea levantou algumas dúvidas aos mais cépticos. A temporada de 2012/13 veio em forma de uma plena e inequívoca afirmação de ambos nos maiores palcos do futebol mundial.



Este texto foi retirado do Futebol Mundial e escrito por José Pedro Teixeira, originalmente aqui. O artigo não foi reproduzido por inteiro e há uma análise táctica mais exaustiva à equipa do Chelsea no site original.

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